sábado, 2 de junho de 2012

O Retorno do Menino do Espaço.

Um pouco do primeiro capítulo

O retorno do menino do espaço


Exatamente setenta dias terráqueos de viagem interplanetária, a nave pousou em um terreno baldio, bem próximo à minha casa. O robô Luecy abriu a porta, eu me levantei da poltrona do co-piloto, abracei-o e ao sair, parei na porta, olhei no relógio e insinuei:
            — Luecy, realmente você é um robô muito inteligente. São exatamente dezenove horas e sete minutos, do dia vinte e quatro de setembro, como você disse.
            — Sou um robô susteriano, construído sem falhas.
            — Boa viagem de volta, amigão!
            — Virei lhe buscar em breve, pra vê-lo nadar pelado!
— Breve! Acho que não!
            — Dúvida?
            — Por favor! Não!
            — Brincadeirinha!
            Desci daquela enorme nave sobre os olhares curiosos de dezenas de pessoas adultas e crianças, encantadas com aquela estranha visão. Entre elas, conheci Paulinho, com quase treze anos de idade, em perfeito estado de saúde, que correu me abraçar sorrindo:
            — Regis! Você era mais velho que eu! Lembra?
            — Agora sou o caçulinha de casa!
            Erick, já com dezessete anos, se aproximou dizendo:
            — Você nunca me buscou! Eu também deveria ser criança como você!
            — O senhor Frene, só queria eu!
            A porta do imenso disco voador se fechou e em menos de trinta segundos, desapareceu no céu.
            Seguidos por todos: trajando shorte marrom e camiseta amarela; descalço; acabei de chegar em casa. Era Sábado. Papai e mamãe, juntos, não acreditando, vieram a meu encontro me abraçar. Como eles estavam diferentes! Como haviam envelhecido, nestes últimos sete anos que se passara.
            — Meu Deus! Meu filho! Eu sabia que você voltaria um dia! Você não mudou nada nestes anos todos! Não acredito que você esteja aqui! Por favor, nunca mais nos abandone! — Pediu mamãe chorando.
            — Nunca mais deixarei vocês, mamãe! — Prometi também chorando (Eu era chorão mesmo). — Promessa de meu papai número três!
            Realmente, eu não mudara nada: estava agora com mais de dezessete anos e seis meses de vida, porém aparentava apenas nove. Em Suster, o planeta de onde acabara de chegar, foi abalado por uma radiação, talvez benéfica a seus habitantes, pois ela não deixava as células envelhecerem e com isto, os seres humanos daquele planeta se tornaram praticamente imortais, imunes a qualquer tipo de doenças infecciosas. É lógico, que se alguém pular de um prédio ou se der uma facada em alguém, esta pessoa, com certeza morrerá.
            Eu estivera em Suster por um período de oito anos e voltara à Terra, com o mesmo jeitinho de criança, em que saí daqui e segundo disse o Senhor Frene, a radiação em meu organismo, será eliminada aos poucos e só após esta eliminação, eu voltarei a envelhecer naturalmente, como qualquer outro terráqueo.
            Estava agora, sentado no sofá da sala, cercado por muitas pessoas: papai, mamãe, Paulinho, Erick, os outros irmãos (Luis, Leandro, Letícia e Carlos Henrique) e muitos vizinhos; os quais, muitos deles, eu nem conhecia. Todos, me bombardeavam com muitas perguntas e eu, praticamente só ouvia, não respondia quase nenhuma delas.
            — Quer comer algo? — Perguntou-me mamãe.
            — É o que mais quero mamãe! Passei fome durante toda essa viagem!
            Ela se levantou e correu para a cozinha em busca de algo.
            — Onde você esteve, eles não te alimentavam direito? — Perguntou-me papai.
            — Claro que sim! Passei fome durante a viagem, pois saímos apressados de lá e mal tivemos chance de pegar alguma coisa pra comer.
            Levantei-me e seguidos por todos, fui até a cozinha, onde mamãe já estava com panelas no fogo, refazendo um jantar.
            — O que está fazendo mamãe?
            — Uma janta pra você!
            — Vocês já jantaram?
            — Já! Estou fazendo especialmente pra você!
            — Não precisa! Eu como qualquer coisinha!
            — Faz muitos anos que espero fazer uma janta pra você! Hoje é o melhor dia de minha vida!
            Voltou a me abraçar chorando, pedindo:
            — Por favor, meu filhinho, nunca mais abandone a gente!
            — Não vou mais sair daqui mamãe! Isso é uma promessa! Já disse que o senhor Frene, me prometeu!
            O jantar demorou um pouco para ficar pronto e praticamente todos jantaram novamente, me fazendo companhia e conversando muito. Todos continuavam fazendo muitas perguntas, tudo de uma só vez e eu, continuava não respondendo quase nada.
            — Pessoal: chega de tantas perguntas pro Regis, ele agora precisa descansar! — Pediu papai.
            — Na realidade não estou tão cansado papai! — Neguei. — Mesmo assim, estou curioso pra dormir novamente em minha casa. Já sei que não tenho mais cama aqui! O Erick está dormindo nela!
            — Já estou lhe devolvendo, sua cama agora! — Alegou meu amigo, rindo.
            — Não se preocupe! — Insinuei. — Eu durmo em qualquer lugar! Pode até ser no sofá da sala!
            — Nada disso! — Negou Erick. — Você vai dormir mesmo em sua cama! Eu durmo no colchão, a seu lado!
            — Amanhã prometo contar tudo, de onde estive até então. Hoje, prefiro só ouvir e realmente, dormir, logo após o jantar.
            — Concordamos com você filho! — Disse mamãe, ainda não acreditando no que estava acontecendo.
            Poucos minutos depois, acabado o jantar, fui ao banheiro escovar os dentes, com os dedos, pois não existia mais escova para mim. Em seguida, me despi completamente e tomei um saudoso e refrescante banho. Enxuguei-me com uma toalha que mamãe trouxera e vesti uma espécie de calção de dormir (cueca samba canção de seda) e uma camiseta sem manga, que já eram mesmo meus, que embora antigos, mamãe guardara com carinho, sabendo que um dia eu retornaria e iria precisar.
            Então, os amigos foram embora e eu, primeiro que os demais, fui mesmo dormir em minha antiga cama, a qual Erick, realmente fizera questão em me devolver.
          Já era madrugada, em torno de três horas, quando acordei com uma voz bem suave, sussurrando em meu ouvido:
            — Rééégis...
            O quarto estava escuro, com algum reflexo de luz através das frestas da veneziana. Olhei e só vi Erick, dormindo no colchão, a meu lado.
            — Garoto Regis! Sou eu!
            Conheci a voz de Luecy, o robô.
            — Estou aqui fora Regis! Venha!
            Levantei-me apressado, mudei rapidamente de roupa pra evitar gozação do robô, corri, abri a porta da cozinha e saí para o quintal. Lá estava ele, à minha espera. Espantei-me muito em vê-lo.
            — Luecy! O que você faz aqui? Essa hora já era pra você estar muito longe da Terra!
            — Estou sem combustível! — Disse-me ele.
            — Jura? E o que você vai fazer?
            — Você terá que retornar urgente para Suster comigo!
            Espantei-me de verdade:
            — Ah isso não senhor! Jamais sairei de minha casa!
            — Será necessário! Sem você não consigo voltar pra minha casa!
            — Muito simples! Então você ficará aqui conosco pra sempre!
            — Jamais abandonarei meu mundo!
— Então que se dane você! Eu jamais abandonarei minha família novamente!
            — O senhor Frene, lhe trará de volta.
            — Que o senhor Frene, venha lhe buscar! Basta que venham em dois ou três; então você poderá ir embora com eles!
            Enquanto discutíamos, caminhávamos devagar e foi com isto, que já estávamos defrontes ao enorme disco voador. Luecy abriu sua porta e pediu:
            — Entre! O senhor Frene quer falar com você!
            — Acha que sou tão bobo Luecy? Se eu entrar aí, você fechará a porta e quando eu perceber, já estará muito longe de minha casa.
            — Não farei isto, garoto Regis! Não, enquanto você ou o senhor Frene não me ordenar!
            — Não entrarei aí Luecy!
            — O que está acontecendo Regis? — Perguntou-me Erick, que acabara de chegar. — Percebi que você saiu. Então resolvi seguí-lo.
            — A nave está sem combustível. Luecy, não consegue ir embora!
            — E o que ele quer de você?
            — Que eu vá com ele! Só assim terá combustível novamente!
            — Como assim? Por que?
            — O combustível desta nave, é produzido pela presença humana, em seu interior!
            — Como assim Regis?
            — Essa nave consome gás carbônico! — Insinuou Luecy.
            — E o que você vai fazer Regis? — Perguntou-me Erick.
            — Você entendeu o que ele disse? — Perguntei admira-do à Erick.
            — Claro! — Exclamou Erick. — Que essa nave consome gás carbônico!
            — Como você pode entendê-lo? — Insisti, ainda admirado.
            — Eu posso interpretar qualquer linguagem do Universo. — Insinuou Luecy.
            — O que você pretende fazer, Regis? — Insistiu Erick.
            — Já disse a Luecy, que não abandonarei meu mundo jamais! Espero que ele fique aqui conosco! Afinal ele é apenas um robô! E que eu saiba robô não sente saudades de casa!
            — Não posso abandonar o mundo que me criou! — Negou ele.
            — O que sugere então? — Perguntei-lhe.
            — Primeiro você fala com o senhor Frene!
            — Jamais me arriscarei a entrar aí!
            — Tenho uma idéia Regis… — Alegou Erick. — Se vocês dois toparem…
            — Que idéia você tem? — Perguntei-lhe desconfiado.
            — Vocês precisam da presença humana! Eu sou humano! Você não pretende retornar àquele mundo! Eu não tenho nada aqui! Logo, não tenho nada a perder!
            — Erick, não diga bobagens! — Pedi.
            — Não é bobagem! Você sempre sentiu falta daqui! Acontece que você tem de quem sentir falta. Eu, embora agradeça muito à sua família em ter me acolhido, não tenho nada por sentir falta!
            — Erick. Você tem mãe! — Alertei bravo.
            — Minha mãe nunca me quis! Nem se importará se souber que fui embora!
            — Falaremos com o senhor Frene! — Alegou o robô. — Entrem os dois!
            — Não me arriscarei Luecy! — Neguei bravo.
            — Ficarei na entrada da cabine, para que você se sinta seguro.
            Pensei um pouco e então me decidi, entrando na nave:
            — Está tudo bem! Falaremos com o senhor Frene!







Após 8 anos distante da Terra, Regis está de volta
As razões pela qual Regis deveria retornar à Suster com o robô.

A imprensa e a repercussão dos fatos




Ainda a insistência da mídia.




A investigação sobre a realidade ou fantasia
sobre sua longa viagem interplanetária.


A mídia nacional e internacional investiga sua história
Hall de entrada de hotel em New York










Base de lançamento de foguetes - NASA - Cabo Canaveral - Florida.













NASA - Cabo Canaveral - Orlando - Florida.





Réplica de Challenger, construída em 1975. Primeiro lançamento em 1981 com o nome de Colúmbia e explodiu em janeiro de1986, matando 7 tripulantes, incluindo uma mulher.


Centro de lançamento de foguetes espaciais - NASA


Tradicional queima de fogos na Disneylandia - Orlando



Tradicional desfile com personagens vivos da Disney



Uma pausa para um rápido lanche e não perder as diversões.






Complexo de piscinas da Disney.




Em casa, recebe a visita de Elizabeth. Ex colega de escola.


Álbum de fotos da viagem a Orlando.





Novamente a insistência da televisão.




A conversa franca sobre outra realidade.



De volta às aulas escolares.



A tristeza de uma certa desilusão amorosa.
Regis da Terra e Regis de Suster.
Celso e os filhos Leandro e Henrique

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