segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

UM POUQUINHO DO 1º CAPÍTULO:


Vitória Bonelli

            Estávamos em meados de novembro dos encantados anos de um mil novecentos e setenta e dois, pouco depois da sete horas da noite; Luciano Cavalari, funcionário público na Vara da infância e juventude, no fórum de Penapolis, tinha vinte e cinco anos de idade, branco, magro, cabelos pretos bem aparados, de estatura normal e estava sentado na poltrona da sala de estar bem à frente de sua jovem esposa Sara, de vinte e um anos, também branca, de cabelos negros longos, que sendo casados a pouco menos de um ano, estava então no quinto mês de gestação do tão sonhado primeiro filho. Devido o cansaço do rotineiro dia de uma dona de casa e as pernas que incham devido estado de gravidez, Sara estava então deitada no outro sofá, que a gente chama de três lugares, assistindo em preto e branco, pela tevê Tupy de São Paulo, a emocionante telenovela “Vitória Bonelli”, que narra o drama de uma mulher, Vitória, interpretada pela atriz Berta Zemel, que acabava de ficar viúva ao lado de seus quatro filhos, todos jovens e que foram batizados com os nomes bíblicos: Thiago (Tony Ramos), Mateus (Carlos Alberto Ricceli), Lucas (Flaminio Fávero) e Verônica (Anna Maria Dias).
            Devido o calor dessa época do ano, o casal adquiriu o costume em deixar a porta de entrada da casa, que fica a apenas três metros de distância para o portão que leva à rua, sempre aberta, durante todo o período em que ficava ali naquela sala assistindo a programação de tevê, que geralmente começava para eles às sete horas da noite, com aquela telenovela, depois, o telejornal na mesma emissora, seguido depois pela telenovela da Tevê Globo, “Selva de Pedra” com os grandes astros Regina Duarte, Francisco Cuoco, Dina Sfat, Carlos Eduardo Dolabella, Mario Lago, Gilberto Martinho, Arlete Salles, Sônia Braga, Heloisa Helena, Gloria Pires... E depois, pela Tevê Record, os seriados semanais: Bonanza, Dakitari, Kung Fú...
            Naquela noite porem, por estar um pouco fria, devido um esquisito vento gelado, Luciano, mesmo sem se levantar usando os pés, empurrou a porta, fechando-a, alheio ao que acontecia do lado de fora. Sara então lhe chamou a atenção:
            — Você fechou a porta! Tem um menininho que sempre assiste à novela, encostado no portão!
            — Como assim? — Se espantou Luciano, levantando-se imediatamente.
            — Uma criança! — Explicou Sara, sem se levantar. — Toda noite ele está aí!
            Luciano abriu a porta apressadamente e como não havia ninguém no portão, seguiu rapidamente até ele, de onde pode ver uma criança branca, maltrapilha, descalça, magra, de uns dez anos de idade, cabelos castanhos, que cabisbaixa, se afastava lentamente para o final da rua deserta e sem asfalto.
            — Hei menino! — Chamou-o Luciano.
            Ele olhou para trás e talvez pensando que não fosse consigo voltou a caminhar lentamente. Mas como não seria com ele, se eram as duas únicas pessoas naquele lugar ermo, tendo por companhia apenas a pouca claridade, que as lâmpadas de talvez cem watts, produziam do alto dos postes de iluminação pública.
            — Menino! Espere! — Insistiu Luciano.
            Ele tornou a parar se virando e apontando o polegar para o próprio peito, perguntou timidamente:
            — Eu?
            — Venha cá!
            Meio receoso voltou até a uns dois metros de seu interlocutor.
            — Você estava assistindo a novela? — Perguntou-lhe Luciano.
            Ele apenas deu de ombros como a dizer: “o que importa?”
            — Desculpe-me eu ter fechado a porta! Não sabia que você estava aí!
            Deu de ombros novamente.
            — Gosta de assistir Vitória Bonelli?
            Novamente os ombros falaram por ele.
            — Você não sabe falar?
            — Sei!
            — Gosta da novela?
            — Gosto! — Confirmou timidamente.
            É claro que ele gostava da novela, já que mendigava aquele aparelho todos os dias, ali, sentado no chão junto ao portão, acompanhando toda aquela trama.
            Luciano abriu o portão, chamando-o:
            — Entre aqui! Vamos assistir juntos!
            — Não! Obrigado! — Negou ele receoso.
            — Venha garoto! Não vou lhe fazer mal! Assista à novela, depois você vai embora!
            Apesar de tímido, receoso, lentamente ele adentrou ao portão, acompanhando o estranho. Na entrada da sala, sentando-se no degrau de saída, insinuou:
            — Assisto aqui na porta!
            — Sente-se aqui no sofá! Aqui só estamos eu e minha esposa.
            — Estou sujo!
            — Não te preocupes menino! — Insinuou Sara, com leve sorriso. — O sofá também está sujo!
            Timidamente sentou-se na ponta daquela poltrona de apenas um lugar, de tal jeito que, caberiam uns dez dele.
Apesar de achar engraçado o seu jeito tímido, Luciano segurou por seu corpo frágil, forçando-o a sentar-se corretamente e assim ele permaneceu em silêncio, com seus olhinhos de criança paupérrima, vidrados na “Vitória Bonelli”.
            Apesar da paixão, naquela noite, Luciano acabou por não assistir a novela. Quer dizer: assistiu, mais não prestou muita atenção, pois, apaixonado por crianças como sempre foi, acabou passando o tempo concentrado nas atitudes silenciosas daquele menino humilde.
            Na verdade: humilde era jeito da gente pensar, devido seu estado maltrapilho, usando uma camisa de algodão bege, mal abotoada; uma calça tipo shorte, também de algodão, azul marinho, muito curta, que o fazia parecer mais um francesinho, com seus cabelos castanhos curtos, despenteados, olhos da mesma cor e sorriso maroto. Porém, dava para perceber que ele não era um menino desamparado pela sorte ingrata. Apesar de sujo, ele não fedia como uma criança abandonada; exilava sim, o odor de suor de criança que havia brincado bastante. Ou seja: ele não teria tomado banho ainda; deveria fazer isso na hora de dormir. Crianças dessa época tinham seu tempo muito ocupado e banho era coisa supérflua; alem do mais, o desagradável fedor de suor e mau hálito, aparecem com mais intensidade em adolescentes, a partir de seus catorze anos de idade. Qualquer um sabe que o odor de suor de criança, é diferente do odor de suor de um adulto.
            Mas era pobre. Com certeza não tinha seu próprio televisor, pois se humilhava a assistir a de um estranho, sentado no portão da rua. Mas isto não dizia nada. Apenas poucos privilegiados, ricos ou com bom emprego, como Luciano, tinham em sua casa esse luxo chamado televisor, geladeira, sofá... No máximo cinco por cento da população penapolense tinha isso; os demais, se queiram, tinham que se aventurar nos parquinhos públicos, onde a prefeitura fornecia esse bem, com imagens em preto e branco, para seus cidadãos se descontraírem.
            Portanto naquela noite, devido essa visita inesperada, Luciano acabou por se desconcentrar da novela, ou seja: seus olhos viam a televisão e toda sua trama em volta de “Vitória Bonelli”, batalhando com o filho caçula, Lucas, em prol de cuidar de sua cantina lotada, mas seu pensamento estava mais naquele menino que não desgrudava seus olhinhos da tela de vinte e seis polegadas em preto e branco do televisor Telefunken.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012


Meu novo livro está pronto e você pode me ajudar a escolher a capa votando de 1 a 12 nas fotos em destaque.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Participem do 3º Flipen (Festival Literário de Penápolis) de 16 a 19 de Outubro, das 8:00 às 22:00 horas, na Praça Nove de Julho, Biblioteca Municipal, Museu de Folclore, Teatro Municipal, Livrônibus e outros locais da cidade de Penápolis.
Estarei expondo meus livros durante todo o período do Festival.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Celso Innocente: Meu livro "MENINO ANJO" está concorrendo ao 3º pre...

Celso Innocente: Meu livro "MENINO ANJO" está concorrendo ao 3º pre...: Meu livro "MENINO ANJO" está concorrendo ao 3º premio  Clube dos Autores de Literatura Contemporânea. A 1ª fase do concurso será feita por...
Meu livro "MENINO ANJO" está concorrendo ao 3º premio  Clube dos Autores de Literatura Contemporânea. A 1ª fase do concurso será feita por votação popular e a 2ª fase por Jurados específicos. Me ajudem nessa fase, fazendo sua votação.
IMPORTANTE:- Você poderá votar também em outros livros que estão concorrendo ao premio. Observe que em Literatura não é um livro que é importante: Todos são.
Acessem o link abaixo para fazer sua escolha:-

terça-feira, 25 de setembro de 2012




Um bate papo com Willian Gustavo de 12 anos de idade, após ler o livro "Regis um menino no espaço"
De 16 a 19 de outubro estarei expondo meus livros na 3ª flipen de Penápolis,
na Biblioteca Pública Municipal, à Praça Nove de Julho.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Para descontração assista o vídeo de meu amiguinho GABRIEL MILAN, com a música "Menina dos olhos meus" e perceba o quanto ele com apenas oito anos de idade, tem uma voz divina e cheia de talento.

domingo, 22 de julho de 2012

Caso queira ler meus livros sem precisar comprá-los, basta tomá-los emprestado na Biblioteca Pública de Penápolis, na Praça 9 de Julho, entrada pela rua Irmãos Chrisóstomo de Oliveira, ou Biblioteca Pública de São João da Boa Vista, na Galeria Cultural Pagú.



domingo, 3 de junho de 2012


"MENINO ANJO" é meu primeiro livro publicado e está disponível através dos sites www.clubedeautores.com.br e www.agbooks.com.br

Amigo leitor; convido você a entrar agora em um mundo diferente, alem da nossa imaginação, onde tudo é possível aos olhos de uma criança que teria passado por um trauma pós vida extraordinário.

Quando a pessoa deixa aqui na terra seu corpo matéria, sua vida vai passar por uma experiência diferente, em um mundo onde não haverá mais dores ou tristezas; um mundo onde todos têm o mesmo paradigma e permanecerão juntos sem sentimentos mesquinhos, como inveja, cobiça, injúria e tantos outros.
Se estes seres especiais, que deixaram nossa terra para seu mundo digno, resolvesse voltar e estivesse presente em cada maldade que viesse a afligir nossa humanidade, dando-lhes um pouco de seu amor ou justiça espiritual, talvez viéssemos a viver, mesmo aqui em nosso mundo materialista, com um pouco mais de paz,amor e dignidade humana.
Na época do dilúvio, disse Deus a Moisés: Jamais destruirei o mundo Terra novamente. O homem é capaz de fazer isso por si mesmo; não precisa de minha ajuda.
Será que um pai, estuprar o próprio filho, não seria o sinal do final da vida? Um filhinho de papai, colocar fogo em miserável, que já padece nas ruas das grandes metrópoles, não é sinal que já não existe mais amor entre as pessoas? Um filho, drogado ou não, bater na cara da própria mãe, não é sinal que as portas do inferno foram esquecidas abertas? Uma criança ser vendida ao exterior com único objetivo, de mercadoria valiosa, para que lhe tire seus olhos, rins, fígado, coração, em cruel tráfego de órgãos; não é sinal que o demônio já foi solto?...
Como seria bom se um destes seres espirituais, mesmo em forma de criança, surgisse entre nós, para acabar com tantas injustiças terrenas e nos mostrasse um pouco do amor com que estão habituados a conviver pelos séculos dos séculos.


Menino Anjo

Um pouco do primeiro capítulo.

Irresponsabilidade.

A festa, regada a churrasco, muita cerveja e vodka, estivera animada durante todo aquele domingo, em comemoração ao aniversário de dezenove anos de Marcelo, que convidara toda sua galera. Não eram tantos jovens assim: doze no total. O mais velho, Luis Fernando, de vinte e um anos; o mais novo, Ricardo, de quinze. Porem alem deles, também estava presente a mãe, Isadora e a irmã Jaqueline, de vinte e quatro anos, com o filho Regis, de apenas nove anos.
Com isto, quase final de dia, cerca de quatro horas da tarde, todos os jovens, embriagados, resolveram se refrescar no açude do Peçanha, que fica quase ali, a pouco mais de quinhentos metros.
O menino Regis, apesar de única criança no grupo, pediu permissão à mãe e acompanhou os amigos e tio Marcelo nessa refrescante aventura. Nem se sabe se os rapazes tomaram consciência de tal presença tão insignificante para um grupo aventureiro como eram e lá se foram para os deliciosos saltos da altura de quatro metros, de cima de uma enorme pedra, caindo de mergulho nas águas profundas de tal local, quase deserto para o horário de verão do mês quente de Janeiro.
Era certo que todos estavam embriagados; porem, depois de alguns mergulhos, a tensão alcoólica diminui e a memória volta a quase normalidade, então Marcelo se lembrou de perguntar:
— Ricardo, você viu Regis?
Só então, todos se lembraram que Regis, estavam com eles e o susto da falta do menino, fez com que, a bebedeira sarasse totalmente em questão de segundos. Alguma coisa, talvez muito grave devesse ter acontecido com a criança e como o local era de sua paixão, enquanto Leonardo, com telefone celular, discava um nove três, os demais caíram na água em gritaria e busca desesperada pelo menino desaparecido.
Menos de cinco minutos depois, a ambulância vermelha do grupo de bombeiros, chegava pela estrada de terra, que dava acesso a tal local e exatamente nesse momento, Juan Carlos, de dezesseis anos, levantava da água, trazendo consigo, inerte, o corpo do inocente Regis.
Entregue aos cuidados dos paramédicos, o menino passava imediatamente pelos primeiros socorros, em tentativa desesperada de fazê-lo voltar a seu estado consciente, através de massagem cardíaca, respiração artificial e movimentos com os membros superiores e inferiores. Regis porem, talvez tivesse passado muito tempo sob as águas e não estava reagindo aos primeiros socorros.
Os bombeiros colocaram o menino sobre uma maca e ainda com paramédico manipulando os cuidados, foi colocado sobre a ambulância e levado à Santa casa de Misericórdia, aproximadamente cinco quilômetros de distância.
Chegando ao hospital, como já fôra informado pelo rádio, teve seu pronto atendimento efetuado com emergência, onde o médico de plantão não precisou de mais que alguns segundos para informar a triste notícia: Regis, um menino bonito, branco, de cabelos lisos escuros e olhos castanhos, apenas nove anos de vida terrena, trajando apenas uma cuequinha preta, estava morto.
Esta triste nota fôra passada com certa naturalidade, pelo pessoal do hospital à mãe e tio de Regis, que acabavam de chegar ao local, em carro da própria Jaqueline, que então caia ao chão, em choro desesperador, vômito e acabando por desmaiar, precisando também ser socorrida.
Para o hospital, acontecimentos assim às vezes poderiam ser até rotina, mas para uma jovem mãe, já abandonada pelo marido, perder desta trágica maneira, o único filho, tão pequeno, era a coisa mais cruel que a vida poderia lhe proporcionar, neste nosso mundo ingrato.
Ainda deitado sobre a mesa hospitalar, antes de ser encaminhado ao i eme éle, o corpinho inerte do pequeno anjo, até parecia dormir tranquilo. Mas como dormir tão cedo? Pouco mais de cinco horas da tarde de um domingo que teria sido muito alegre e quente. Acho que ainda não era hora e então, aos poucos, Regis voltava a respirar devagar e estando sozinho em mesa fria, conseguiu abrir os olhinhos, tossiu um pouco, vomitou um tanto da água que engolira no açude, depois, pouco assustado, se levantou devagar, saindo caminhando em busca de alguém que pudesse lhe amparar.
Sem noção de caminho, o menino seguiu por um longo e deserto corredor, passando por uma placa que dizia: geriatria. Entrou em um dos quartos e encontrou um homem bem velho, talvez uns oitenta anos, deitado sobre uma cama, praticamente agonizando em leito de morte, com alguns aparelhos ligados a seu corpo.
Regis, muito sério, olhou para o homem, que, acordado, parecia lhe pedir algo, então olhou para os equipamentos e se aproximou devagar; fez um leve gesto com o canto esquerdo da boca, colocou a mão direita sobre a fronte do homem, deslizando-a sobre seu rosto e pausando-a sobre seu peito. Aquele homem cansado esboçou um leve sorriso e fechou seus olhos.
Um espectro se levantou daquele corpo inerte e caminhou pelo quarto a encontro de outro Regis, a qual talvez devo chamar de anjo Regis, que, com leve sorriso, o recebeu para uma outra vida, diferente da que estava vivendo. Mas Regis não poderia ser anjo, pois estava muito bem vivo, embora tivesse passado muito tempo em estado inconsciente.
O menino deixou aquele quarto, voltando a caminhar pelo corredor, parando na porta fechada de outro quarto, onde podia se ouvir nitidamente, um gemido doloroso de um ser humano em leito moribundo. Lentamente abriu aquela porta e mesmo sem pedir licença, adentrou àquele quarto triste, onde outro homem, de seus mais de noventa anos de idade, respirando por uma máquina barulhenta, parecia lhe pedir para tirar daquele local infernal. A morte pode nos parecer algo muito cruel e triste, mas quando a vida já não nos convém, talvez a paz e saúde espiritual, só seja possível, através de uma passagem sem retorno.


Regis: Um Menino no Espaço
Um pouco do primeiro capítulo
O sequestro

Às onze e meia da manhã, do dia vinte e cinco de Março do ano um mil novecentos e oitenta, na Escola Estadual de Primeiro Grau Marcos Trench, na cidade de Penápolis, estado de São Paulo, Brasil, América do Sul, planeta Terra, sistema Solar, desta mesma Via Láctea, soara o sinal, indicando o final das aulas, para aquele dia.
Eu, nove anos de idade, branco de cabelos e olhos castanhos, cursava a terceira série do primário. Saíra da escola, acompanhado por Elizabeth, minha colega de classe e companhia desde o pré-primário. Ela, uma garota de minha idade, morena clara, cabelos negros, lisos, longos e muito bonita; acho que a mais bonita de toda a escola.
Juntos, seguíamos de volta à nossas casas, distante aproximadamente três quilômetros.
Subimos à Rua Jácomo Paro e ao adentrarmos à Rua Antonio Veronese, atrás da Casa Anjo da Guarda, lhe convidei:
—Beth vamos pelo caminho do aeroporto!
—Por quê? — perguntou-me ela, espantada.
—Por nada! Eu só queria passar por lá! Não precisa ter motivos!
—E você acha que isto é convite que um menino faz a uma garota?
—Por que não?
—Quem você pensa que eu sou Regis?
—Uma menina bonita! — Afirmei rindo.
—No aeroporto tem mato!
—Têm trilhas!
—Continua tendo matos!
—E o que tem isso?
—Muita coisa! — Disse-me ela brava.
— Por favor, Beth, não pense mal de mim!
—Quem você pensa que eu sou pra andar no mato com meninos?
—Desculpe-me, não estou com má intenção!
—Quer ir por lá, que vá você! Eu irei pelo caminho de sempre!
—Você não se importa, se eu for por lá?
—Claro que não! Eu não mando em você!
—Então tchau! Vá direto pra casa!
—Afinal de contas, o que você vai fazer no mato?
—Apenas atravessá-lo! Tchau!
Ela seguiu o mesmo caminho de sempre e eu, por outro, atravessando pelo aeroporto, que realmente era cercado por um mato muito denso.
Ao estar aproximadamente no centro daquele cerrado, percebi um forte zumbido de motor, vindo do alto. Olhei para cima e avistei um estranho objeto, que se aproximava muito rápido. Quis sair correndo, mas não consegui; estava paralisado por aquela visão, que: ou eu estava dormindo, ou era bem real.
O objeto pousou a apenas uns quatro metros de distância. Era um desses objetos que o homem diz: OVNI. Um verdadeiro disco voador. De qualquer forma, algo muito bonito, em cores: preto e dourado e muito grande.
Uma rachadura em formato oval se formou de repente na parte inferior do estranho objeto, formando o que seria a porta, se abrindo lentamente, por onde apareceu um vulto humano, trajando riquíssimas vestes de seda azulada. Quando pensei em fugir, o ser me chamou:
—Pare Regis!
Parei, olhando para ele, que me ordenou, fazendo gestos com o dedo indicador:
—Se aproxime.
Não sei por que, mas ao contrário de que mamãe sempre me aconselhou, de não me aproximar ou falar com estranhos, obedeci sua ordem. Quem era aquele estranho em forma de humano que sabia meu nome? Ao me aproximar da porta, ele se afastou e me ordenou:
—Entre, por favor!
Permaneci parado por alguns segundos, depois adentrei naquele estranho veículo. A porta se fechou rapidamente e eu estava dentro de uma grande sala. O homem, moreno, cabelos escuros, curto e bem penteado, de uns vinte e cinco anos de idade, me saudou:
—Bem vindo à bordo, Regis!
—Quem é o senhor? — Perguntei assustado. — Como sabe meu nome?
—-Meu nome é Tony e eu sei tudo sobre você, não apenas seu nome!
—Como assim? De onde o senhor veio? Do espaço?
—De um planeta chamado Suster!
—Suster! Outro planeta?
—Isto mesmo! E é pra lá quê estamos levando você!
—Estão me levando? Em quantos são vocês?
—Aqui na nave? Ou em nosso planeta?
—Na nave?
—Apenas dois!
—E esse troço? Já tá voando?
—Desde que a porta se fechou!
—Não pode ser! Eu quero descer! Abra essa porta!
—Impossível Regis! Já estamos muito longe de sua Terra! Já estamos fora do sistema solar!
—Não pode ser! — Duvidei. — Acabei de entrar!
—Aqui dentro, o tempo é diferente de seu tempo lá fora. Essa nave voa a milhões de quilômetros por hora!
—Só tenho nove anos, mas não sou tão bobo! — Neguei convicto. — Nada do mundo pode voar a milhões de quilômetros por hora!
—Não soube me expressar Regis! — Riu o homem zombeteiro. — Milhões de quilômetros por minuto.
—Por acaso, hoje li em meu livro de ciências, que não existe nada no mundo capaz de voar a mais que quatro mil quilômetros por hora.
—Seu livro não sabe nada! — Riu o homem. — No espaço sideral não existe gravidade e o tempo é bem diferente do seu!
—O que?
—Esqueça atmosfera terrestre, ionosfera, troposfera, extratosfera e tudo mais que você aprendeu sobre espaço e tempo. Como já lhe disse: estamos fora de seu sistema solar.
— Mas por que vocês estão me sequestrando? Eu sou um menino pobre! Não tenho dinheiro pra dar a vocês

Eis que um estranho objeto o deixa paralisado pela surpresa.
Visão do espaço sideral através da cabine do OVNI
Suster - Um planeta idêntico à Terra
 Um local de natureza exuberante e sem devastação.
 Lembrança da escola que ficou distante.

 E minha privacidade? Um robô susteriano não lhes dava este privilêgio.
 Raro momento de descontração com um amigo metalizado.
 A tristeza se faz presente na maior parte de seu tempo


 Um parque de diversões idêntico aos da Terra
Três naves assassinas.
 As belezas de um espaço desconhecido aos seres humanaos.
 Em um mundo perdido, prestes a ser devorado vivo.
 Até parece o seriado "Terra de gigantes"

 Regis encontra Mira. 8 vezes maior que ele.

 Alguem teria que demonstrar uma grande prova de amor.
 Não é isso mesmo Regis?
Celso e Leandro, que serviu de modelo para as fotos.
Um Menino no Espaço - 2ª parte.
Um pouco do primeiro capítulo

De volta ao lar

        Eram pouco mais das dez horas da noite, quando adentrei à varanda de minha casa, que até parecia morta, sem nenhuma luz acesa. Com certeza, todos dormiam. Bati na porta e segundos depois, ela se abriu, onde pensando ser um bonito sonho, mamãe me abraçou chorando:
        — Meu filhinho! Não é possível! Você aqui!
Era possível sim. Fazia quase um ano em que me encontrava ausente, sem que eles tivessem qualquer notícias. Agora ali, eu também chorava de alegria.
       Ouvindo o barulho, papai também se levantou e como mamãe, me abraçou emocionado.
      — Filho, onde você estava? Nós ficamos quase loucos, procurando por você em todos os lugares deste mundo!
      Seria muito difícil explicar a eles o que se passara. Eu retornava de uma longa viagem (longa mesmo).
      — Regis, faz um ano em que você sumiu de casa! — Insinuou mamãe. — Um ano sem dar notícias filho! O que houve com você? Você fugiu de casa?
      — Mamãe, a senhora não acreditará em mim!
      — Foi por causa de eu ter lhe castigado naquele dia! Não foi? Onde você se escondeu por todo esse tempo?
      — Eu não fugi de casa mamãe! Acredite em mim!
      — Claro que acreditaremos em você filho! —Exclamou papai. — Onde você esteve todo esse tempo?
       — Estive muito longe daqui.
       — Longe, onde? —Perguntou-me papai.
       — Estive em outro planeta, que está a oitenta e sete anos-luz daqui.
       —Outro planeta! — Admirou-se papai. — Como assim?
       — Não importa filho! — Alegou mamãe, talvez não acreditando muito. — O importante é que você voltou. Deve estar cansado. Vamos dormir um pouco.
       Guardei meu material escolar, que ainda estava em minhas mãos e logo depois, protegido por meus pais, que ainda não acreditando em meu retorno, fui dormir.
        Como eu era apenas um menino, acabei por adormecer rapidamente; porém, meus pais, devido o acontecido, provavelmente, passaram a noite toda, sem conseguir fechar os olhos.
©©©
Na manhã seguinte, levantei-me às nove horas, vesti uma de minhas antigas roupas e na cozinha, encontrei meus cinco irmãos reunidos com mamãe, que naturalmente, já havia lhes explicado sobre meu retorno.
Fui direto ao banheiro e em seguida, tomei dois copos de café com leite e dois pães, que estavam a maior delícia do mundo, pois aquilo era algo que não fazia a um ano.
Após este café, mamãe me abraçou, perguntando-me:
— Como você foi parar neste tal planeta, que você disse?
— Fui raptado mamãe, por Tony e Rud, em uma gigantesca espaçonave preta e dourada. A Beth, que estava comigo, veio da escola por outro caminho e então, eles me raptaram.
— Te raptaram por quê?
— Porque eles me amam muito, mamãe.
— Te amam?
— É! O senhor Frene, me ama como a um filho e todos os outros Susterianos também. O senhor Frene, me vê na Terra, a todo o momento. Agora por exemplo, com certeza, ele está nos vendo. Ele só me devolveu, para demonstrar uma grande prova de amor.
Naquela mesma manhã, andando de bicicleta, me encontrei com Beth, que pensando ser um fantasma, se assustou, a me ver.
— Regis, onde você esteve?
— É uma longa história, Beth.
— Eu achava que você tivesse morrido naquele mato.
— Não morri! Vê? — Ironizei rindo. — Estou aqui em carne e osso!
— As pessoas te procuraram muito, por todo lado, mas nunca te encontraram. Achavam que algum maníaco tivesse te matado e escondido o corpo.
— Credo! Maníaco? Eu hem!
— Ninguém some assim! Como você fez!
— Você cresceu Beth. Era de meu tamanho. Agora está maior!
— Você que não cresceu nada. Continua igual ao dia em que desapareceu.
— É. Onde eu estava às pessoas não crescem assim tão rápido.
— Eu já estou no quarto ano e você repetiu. É claro!
— Eu sei! Você tem dez anos e eu também. Só que aparento ter nove. Ah! De onde eu venho, eu já teria quinze anos.
— Deixe de ser mentiroso!
— Não é mentira não! Lá o ano é mais curto que aqui e o engraçado é que o dia é bem mais longo e também não existem noites.
— Então deve ser muito gostoso por lá!
©©©
Dias depois, com a ajuda da mamãe e carinho de dona Regina, a mesma professora do ano anterior, consegui retornar à escola; pois o ano letivo, mal se iniciara. Estávamos no final do mês de março de oitenta e um. Beth, ainda era minha parceira de caminhada para a escola, porem, não colega de classe. Eu voltara a frequentar a mesma terceira série.
©©©
Devido contar alguma coisa sobre meu sequestro a quase todos meus amigos, a conversa acabou indo parar nos ouvidos de repórteres de televisão, que abelhudos, vieram investigar o caso, acabando sendo mostrado não só para o Brasil, mas até no exterior, onde os governadores se interessaram e também, vieram investigar. Com isto, minha história, acabou parando nos ouvidos de quem mais se interessava: os engenheiros da NASA (americana). E foi por isto, que representantes do governo brasileiro, nos visitaram e então disseram a papai:
— O governo americano, convidou Regis e vocês, para fazer uma visita à NASA, com tudo pago.
Antes que papai dissesse alguma coisa, decidi imediatamente:
— Não quero ir, papai!
— Como não, garoto! — Estranhou o homem. — Todos os garotos, sonham em conhecer a NASA.
— Eu não sonho! — Neguei prontamente.
— Será importante para a humanidade, menino.
— Eu não quero ir! — Neguei, saindo da sala.
Papai continuou conversando com aquele engravatado e eu, sabendo que podia confiar nele, fui brincar com outros amiguinhos.
Poucas horas mais tarde, retornando para casa, papai veio a meu encontro dizendo:
— Regis, nós viajaremos para os Estados Unidos, dentro de uma semana, mais ou menos.
— Nós, quem?
— Eu, você e o doutor Marcelo.
— Quem é doutor Marcelo?
— Aquele homem que esteve aqui.
— Eu não irei!
— Será importante filho. Ao mundo e a você.
— Importante pra mim! Me investigarem? Já passei por isso, papai. Me deixaram sem roupa! Não quero!
— Eles só querem te ouvir. Estudar alguma coisa que você viveu e aprendeu. Saber onde você realmente esteve...
— Eu não aprendi nada que interessa a eles.
— Aprendeu sim Regis. Não vai te acontecer nada! Eles só irão conversar com você.
— Já disse que não quero ir!
Disse que não iria, mas fui. Nunca vi um passaporte e um visto de entrada para os Estados Unidos da América, ficar pronto em tão curto espaço de tempo.
Era terça-feira de manhã, quando um carro do governo do estado de São Paulo, estivera em casa, com duas pessoas; uma delas apanhou um aparelho esquisito e dentro de casa, pediu licença e foi esfregando aquilo em mim.
— O que é? — Perguntei-lhe.
— Testa pra ver se você está com radioatividade.
— Sai de mim, sô! Não tenho nada disso não!
— Precisamos examinar. Em Angra faremos um teste em seu sangue.
Olhei triste para papai e reclamei indisposto:
— Já disse que não queria ir!
— Nada de mal vai lhe acontecer garoto! — Afirmou o homem. — Pode acreditar!
— Já está acontecendo! Primeiro vem essa porcaria, depois, enfiarão agulhas em meu braço... Depois com certeza, me mandarão ficar pelado... — Não que seja mariquinha, mas estava com lágrimas. — Papai!
 A visita a um dos maiores CPDs do mundo. NASA

Ainda na NASA - Cabo Canaveral. - Florida
 15 mil pessoas trabalham neste local.

Regis conhece Erick - Um novo amigo

Novamente o disco voador

 De repente uma longa viagem

 Sem atividades durante a viagem, desenhar é uma boa opção.


As maravilhas do espaço que oferecem uma visão especial

 Em um mundo perdido, o improviso para não ficar despido.

 Uniforme que ganhara da NASA

 Dentro do grande disco voador.

Cidade de Orington - Planeta Suster (semelhante à Terra)

 Sobre mureta em complexo de piscinas de hotel em Orington.

 Para se esquecer da amada Terra, Regis precisava passar por pequena cirurgia.

Um robô susteriano não lhe dava privacidade. Nem no banho!

 As inúmeras tentativas de fuga.





Celso e Leandro.
O qual serviu de modelo para as fotos.