O Retorno do Menino do Espaço.
Um pouco do primeiro capítulo
O retorno do menino do espaço
Exatamente
setenta dias terráqueos de viagem interplanetária, a nave pousou em um terreno
baldio, bem próximo à minha casa. O robô Luecy abriu a porta, eu me levantei da
poltrona do co-piloto, abracei-o e ao sair, parei na porta, olhei no relógio e
insinuei:
—
Luecy, realmente você é um robô muito inteligente. São exatamente dezenove
horas e sete minutos, do dia vinte e quatro de setembro, como você disse.
—
Sou um robô susteriano, construído sem falhas.
—
Boa viagem de volta, amigão!
—
Virei lhe buscar em breve, pra vê-lo nadar pelado!
— Breve! Acho
que não!
—
Dúvida?
—
Por favor! Não!
—
Brincadeirinha!
Desci
daquela enorme nave sobre os olhares curiosos de dezenas de pessoas adultas e
crianças, encantadas com aquela estranha visão. Entre elas, conheci Paulinho,
com quase treze anos de idade, em perfeito estado de saúde, que correu me
abraçar sorrindo:
—
Regis! Você era mais velho que eu! Lembra?
—
Agora sou o caçulinha de casa!
Erick,
já com dezessete anos, se aproximou dizendo:
—
Você nunca me buscou! Eu também deveria ser criança como você!
—
O senhor Frene, só queria eu!
A
porta do imenso disco voador se fechou e em menos de trinta segundos,
desapareceu no céu.
Seguidos
por todos: trajando shorte marrom e camiseta amarela; descalço; acabei de
chegar em casa. Era Sábado. Papai e mamãe, juntos, não acreditando, vieram a
meu encontro me abraçar. Como eles estavam diferentes! Como haviam envelhecido,
nestes últimos sete anos que se passara.
—
Meu Deus! Meu filho! Eu sabia que você voltaria um dia! Você não mudou nada
nestes anos todos! Não acredito que você esteja aqui! Por favor, nunca mais nos
abandone! — Pediu mamãe chorando.
—
Nunca mais deixarei vocês, mamãe! — Prometi também chorando (Eu era chorão
mesmo). — Promessa de meu papai número três!
Realmente,
eu não mudara nada: estava agora com mais de dezessete anos e seis meses de
vida, porém aparentava apenas nove. Em Suster, o planeta de onde acabara de
chegar, foi abalado por uma radiação, talvez benéfica a seus habitantes, pois
ela não deixava as células envelhecerem e com isto, os seres humanos daquele
planeta se tornaram praticamente imortais, imunes a qualquer tipo de doenças
infecciosas. É lógico, que se alguém pular de um prédio ou se der uma facada em
alguém, esta pessoa, com certeza morrerá.
Eu
estivera em Suster por um período de oito anos e voltara à Terra, com o mesmo
jeitinho de criança, em que saí daqui e segundo disse o Senhor Frene, a
radiação em meu organismo, será eliminada aos poucos e só após esta eliminação,
eu voltarei a envelhecer naturalmente, como qualquer outro terráqueo.
Estava
agora, sentado no sofá da sala, cercado por muitas pessoas: papai, mamãe,
Paulinho, Erick, os outros irmãos (Luis, Leandro, Letícia e Carlos Henrique) e
muitos vizinhos; os quais, muitos deles, eu nem conhecia. Todos, me
bombardeavam com muitas perguntas e eu, praticamente só ouvia, não respondia
quase nenhuma delas.
—
Quer comer algo? — Perguntou-me mamãe.
—
É o que mais quero mamãe! Passei fome durante toda essa viagem!
Ela
se levantou e correu para a cozinha em busca de algo.
—
Onde você esteve, eles não te alimentavam direito? — Perguntou-me papai.
—
Claro que sim! Passei fome durante a viagem, pois saímos apressados de lá e mal
tivemos chance de pegar alguma coisa pra comer.
Levantei-me
e seguidos por todos, fui até a cozinha, onde mamãe já estava com panelas no
fogo, refazendo um jantar.
—
O que está fazendo mamãe?
—
Uma janta pra você!
—
Vocês já jantaram?
—
Já! Estou fazendo especialmente pra você!
—
Não precisa! Eu como qualquer coisinha!
—
Faz muitos anos que espero fazer uma janta pra você! Hoje é o melhor dia de
minha vida!
Voltou
a me abraçar chorando, pedindo:
—
Por favor, meu filhinho, nunca mais abandone a gente!
—
Não vou mais sair daqui mamãe! Isso é uma promessa! Já disse que o senhor
Frene, me prometeu!
O
jantar demorou um pouco para ficar pronto e praticamente todos jantaram
novamente, me fazendo companhia e conversando muito. Todos continuavam fazendo
muitas perguntas, tudo de uma só vez e eu, continuava não respondendo quase
nada.
—
Pessoal: chega de tantas perguntas pro Regis, ele agora precisa descansar! —
Pediu papai.
—
Na realidade não estou tão cansado papai! — Neguei. — Mesmo assim, estou
curioso pra dormir novamente em minha casa. Já sei que não tenho mais cama
aqui! O Erick está dormindo nela!
—
Já estou lhe devolvendo, sua cama agora! — Alegou meu amigo, rindo.
—
Não se preocupe! — Insinuei. — Eu durmo em qualquer lugar! Pode até ser no sofá
da sala!
—
Nada disso! — Negou Erick. — Você vai dormir mesmo em sua cama! Eu durmo no
colchão, a seu lado!
—
Amanhã prometo contar tudo, de onde estive até então. Hoje, prefiro só ouvir e
realmente, dormir, logo após o jantar.
—
Concordamos com você filho! — Disse mamãe, ainda não acreditando no que estava
acontecendo.
Poucos
minutos depois, acabado o jantar, fui ao banheiro escovar os dentes, com os dedos,
pois não existia mais escova para mim. Em seguida, me despi completamente e
tomei um saudoso e refrescante banho. Enxuguei-me com uma toalha que mamãe
trouxera e vesti uma espécie de calção de dormir (cueca samba canção de seda) e
uma camiseta sem manga, que já eram mesmo meus, que embora antigos, mamãe
guardara com carinho, sabendo que um dia eu retornaria e iria precisar.
Então,
os amigos foram embora e eu, primeiro que os demais, fui mesmo dormir em minha
antiga cama, a qual Erick, realmente fizera questão em me devolver.
Já era madrugada, em torno de
três horas, quando acordei com uma voz bem suave, sussurrando em meu ouvido:
—
Rééégis...
O
quarto estava escuro, com algum reflexo de luz através das frestas da veneziana.
Olhei e só vi Erick, dormindo no colchão, a meu lado.
—
Garoto Regis! Sou eu!
Conheci
a voz de Luecy, o robô.
—
Estou aqui fora Regis! Venha!
Levantei-me
apressado, mudei rapidamente de roupa pra evitar gozação do robô, corri, abri a
porta da cozinha e saí para o quintal. Lá estava ele, à minha espera. Espantei-me
muito em vê-lo.
—
Luecy! O que você faz aqui? Essa hora já era pra você estar muito longe da
Terra!
—
Estou sem combustível! — Disse-me ele.
—
Jura? E o que você vai fazer?
—
Você terá que retornar urgente para Suster comigo!
Espantei-me
de verdade:
—
Ah isso não senhor! Jamais sairei de minha casa!
—
Será necessário! Sem você não consigo voltar pra minha casa!
—
Muito simples! Então você ficará aqui conosco pra sempre!
—
Jamais abandonarei meu mundo!
— Então que se
dane você! Eu jamais abandonarei minha família novamente!
—
O senhor Frene, lhe trará de volta.
—
Que o senhor Frene, venha lhe buscar! Basta que venham em dois ou três; então
você poderá ir embora com eles!
Enquanto
discutíamos, caminhávamos devagar e foi com isto, que já estávamos defrontes ao
enorme disco voador. Luecy abriu sua porta e pediu:
—
Entre! O senhor Frene quer falar com você!
—
Acha que sou tão bobo Luecy? Se eu entrar aí, você fechará a porta e quando eu
perceber, já estará muito longe de minha casa.
—
Não farei isto, garoto Regis! Não, enquanto você ou o senhor Frene não me
ordenar!
—
Não entrarei aí Luecy!
—
O que está acontecendo Regis? — Perguntou-me Erick, que acabara de chegar. —
Percebi que você saiu. Então resolvi seguí-lo.
—
A nave está sem combustível. Luecy, não consegue ir embora!
—
E o que ele quer de você?
—
Que eu vá com ele! Só assim terá combustível novamente!
—
Como assim? Por que?
—
O combustível desta nave, é produzido pela presença humana, em seu interior!
—
Como assim Regis?
—
Essa nave consome gás carbônico! — Insinuou Luecy.
—
E o que você vai fazer Regis? — Perguntou-me Erick.
—
Você entendeu o que ele disse? — Perguntei admira-do à Erick.
—
Claro! — Exclamou Erick. — Que essa nave consome gás carbônico!
—
Como você pode entendê-lo? — Insisti, ainda admirado.
—
Eu posso interpretar qualquer linguagem do Universo. — Insinuou Luecy.
—
O que você pretende fazer, Regis? — Insistiu Erick.
—
Já disse a Luecy, que não abandonarei meu mundo jamais! Espero que ele fique
aqui conosco! Afinal ele é apenas um robô! E que eu saiba robô não sente
saudades de casa!
—
Não posso abandonar o mundo que me criou! — Negou ele.
—
O que sugere então? — Perguntei-lhe.
—
Primeiro você fala com o senhor Frene!
—
Jamais me arriscarei a entrar aí!
—
Tenho uma idéia Regis… — Alegou Erick. — Se vocês dois toparem…
—
Que idéia você tem? — Perguntei-lhe desconfiado.
—
Vocês precisam da presença humana! Eu sou humano! Você não pretende retornar
àquele mundo! Eu não tenho nada aqui! Logo, não tenho nada a perder!
—
Erick, não diga bobagens! — Pedi.
—
Não é bobagem! Você sempre sentiu falta daqui! Acontece que você tem de quem
sentir falta. Eu, embora agradeça muito à sua família em ter me acolhido, não
tenho nada por sentir falta!
—
Erick. Você tem mãe! — Alertei bravo.
—
Minha mãe nunca me quis! Nem se importará se souber que fui embora!
—
Falaremos com o senhor Frene! — Alegou o robô. — Entrem os dois!
—
Não me arriscarei Luecy! — Neguei bravo.
—
Ficarei na entrada da cabine, para que você se sinta seguro.
Pensei
um pouco e então me decidi, entrando na nave:
—
Está tudo bem! Falaremos com o senhor Frene!
A mídia nacional e internacional investiga sua história

Base de lançamento de foguetes - NASA - Cabo Canaveral - Florida.
NASA - Cabo Canaveral - Orlando - Florida.
Réplica de Challenger, construída em 1975. Primeiro lançamento em 1981 com o nome de Colúmbia e explodiu em janeiro de1986, matando 7 tripulantes, incluindo uma mulher.
Centro de lançamento de foguetes espaciais - NASA
Tradicional queima de fogos na Disneylandia - Orlando
Uma pausa para um rápido lanche e não perder as diversões.
Em casa, recebe a visita de Elizabeth. Ex colega de escola.
Novamente a insistência da televisão.
De volta às aulas escolares.
As razões pela qual Regis deveria retornar à Suster com o robô.
A imprensa e a repercussão dos fatos
Ainda a insistência da mídia.
A investigação sobre a realidade ou fantasia
sobre sua longa viagem interplanetária.

Hall de entrada de hotel em New York

Base de lançamento de foguetes - NASA - Cabo Canaveral - Florida.
NASA - Cabo Canaveral - Orlando - Florida.
Réplica de Challenger, construída em 1975. Primeiro lançamento em 1981 com o nome de Colúmbia e explodiu em janeiro de1986, matando 7 tripulantes, incluindo uma mulher.
Centro de lançamento de foguetes espaciais - NASA
Tradicional queima de fogos na Disneylandia - Orlando
Tradicional desfile com personagens vivos da Disney
Uma pausa para um rápido lanche e não perder as diversões.
Complexo de piscinas da Disney.
Em casa, recebe a visita de Elizabeth. Ex colega de escola.
Álbum de fotos da viagem a Orlando.
Novamente a insistência da televisão.
A conversa franca sobre outra realidade.
De volta às aulas escolares.
A tristeza de uma certa desilusão amorosa.
Regis da Terra e Regis de Suster.
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